sexta-feira, 12 de junho de 2009

O INTERIOR E O EXTERIOR EM ARQUITETURA

A arquitetura, em alguns casos, é concebida como uma configuração de lugares intermediários definidos, eliminando articulações entre espaços interiores e exteriores, ou seja, entre realidades distintas.
Uma das grandes contradições em arquitetura é o contraste existente entre o interior e o exterior de uma construção.
O interior pode ter continuidade e expressar-se no exterior, o uso de materiais e elementos pode ser igual no interior e no exterior, dessa forma a construção provoca pouco contraste e surpresa ao telespectador. O chamado “espaço fluente” também contribui para uma unicidade entre os espaços interior e exterior.
Em outras construções o interior é um espaço diferente do exterior. Existem vários meios de diferenciação do espaço interno e externo, uma das maneiras mais simples de contraste além do fechamento interior com paredes, é o uso de materiais diferentes internamente, assim como a diferenciação de escala, forma, textura e de luz interior. O uso de vitrais disfarçados exteriormente cria uma sensação de clausura e confere internamente efeitos surpreendentes de luz ao espectador, neutralizando a possível ofuscação interior, além de contribuir para um espaço mais complexo.
Algumas edificações possuem sua configuração externa muito simples, enquanto seu exterior pode ser complexo, ou vice-versa. Existem construções que possui uma imagem exterior dura, quadrada, rígida, entretanto seu espaço interior apresenta aberturas e saliências, criando um interior revelador. O uso e diferenciação da escala criam contrastes interessantes entre os espaços, enquanto internamente a escala é menor, externamente ela pode ser maior e se adequar à escala do entorno.
Existem complexidades que também são reveladas em corte e em planta baixa, como por exemplo, unindo planta oval com uma falsa fachada retangular, usando elementos retangulares em base circular, justapondo planta de círculos dentro de quadrados e quadrados dentro de círculos, e dessa forma, criando uma tensão no interior do edifício.
O contraste entre interior e exterior pode ser acentuado com a criação de um espaço entre o revestimento e a parede externa, que acentua os espaços fechados interiores fazendo-os aparentarem misteriosos e protegidos.
Os espaços denominados “residuais” atuam como permeio entre espaços dominantes, podem ser abertos, com a intenção de manipular a luz exterior, ou fechados, quando determinados por necessidades exteriores ou da própria estrutura.

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